A moda e consumo juntas como nunca!
Os Delírios de Consumo de Becky Bloom é um filme para ver e se divertir. Pois é uma gostosa comédia romântica, daquelas que fazem rir e pronto, passado o efeito, fica a sensação de que você se divertiu bastante e não precisa ficar remoendo ou pensando muito no assunto. Acredito que esse tipo de filme é bastante saudável, mas só recomendo para quem não leva a vida muito a sério ou para quem tem tempo de sobra para gastar com diversão, independente de aprender lições edificantes com os filmes.
A ideia deste filme não é dar lição de moral, nem fazer você se debruçar sobre os grandes problemas da humanidade, não resgata heróis do passado e muito menos reflete os dramas sociais da parcela da humanidade que vive muito abaixo da linha da pobreza. Mas há um "engajamento" no filme, um compromisso com a contemporaneidade, a sociedade de consumo, o descartável, o ágil e o fashion. O filme mostra e ressalta bem que a moda está sim presente como umas das maiores partes de consumo, e que isso se alia ao termo de comportamento que a sociedade possui, seja ela por exemplo, como a compulsão de consumo. E há uma mensagem, embora ela seja passada de forma leve, lúdica, e sem nenhuma pretensão de ser levada a sério como um manual cartesiano.
A trama desenvolvida com grande humor pelo diretor P. J. Hogan conta a história de Rebecca Bloom, uma jornalista de economia que aparentemente não entende absolutamente nada do tema sobre o qual escreve, vive pagando mico em importantes entrevistas coletivas, e está endividada até a alma, dando mostras de que, apesar de escrever sobre finanças, tem as próprias contas em estado de lástima. Seu vício por compras de consumo de moda, faz a personagem se complicar ao longo da história.
A vida caótica de Becky Bloom, seja às voltas para driblar o gerente do banco e não pagar as próprias contas, ou para conquistar o homem dos sonhos, é o pano de fundo onde o diretor deita e rola divertindo-se tanto com as agruras e a ingenuidade das mulheres modernas, quanto para destilar sua crítica contra uma imprensa comprometida com as corporações e não com o cidadão comum, que é, em tese, o real motivo da existência da imprensa “livre”.
Becky Bloom é uma heroína às avessas. Cheia de falhas, fútil, mentirosa, insegura, consumista em excesso, desmioladinha, gasta mais do que ganha, dá foras enormes, não consegue entender muito bem os desejos e anseios dos outros, a menos que digam respeito a ela mesma.
Já a virada da personagem é muito bacana de acompanhar. O amadurecimento de Becky é ao mesmo tempo o amadurecimento do filme, que começa desmioladinho como a protagonista, mas chega ao final emocionando o público em relação a história de que há sim de sincronizar o mundo do consumo de produtos sem exageros seja ele fashion ou não.
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